Você lembra quando foi implementada a portabilidade de operadoras de celulares no Brasil? A partir daquele momento, qualquer pessoa poderia transmitir a sua “conta”, com o seu número, para outra operadora facilmente. Se você quer saber o que é open banking, esse é um bom exemplo para começar a explicação sobre essa novidade que está agitando o mercado financeiro e pode mudar a forma como os bancos trabalham atualmente.

O que é Open Banking?

Mas calma, não é nada que mudará tudo e fará com que todo mundo precise aprender novamente como os bancos funcionam. Na verdade, o open banking chega como uma possibilidade de facilidade para qualquer cliente de banco.

Todavia, assim como a portabilidade de celular, esta é uma facilidade que só será necessária se o cliente quiser. Caso você queira continuar com a sua rotina de banco normal, não terá nenhum problema com isso.

Este artigo foi escrito exatamente para isso: te ajudar a entender o que é open banking, de que forma esta novidade pode influenciar a sua vida e o que você precisa saber sobre essa nova forma de comunicação entre sistemas.

O que é Open Banking?

Você já teve a experiência de construir um relacionamento com um banco e, depois de um tempo, tentar migrar para outro sistema bancário? Se já teve, provavelmente não foi muito fácil, não é?

Atualmente, quando um cliente de determinado banco constrói uma jornada de crédito, de fidelidade e de bom relacionamento, ela só serve para aquele determinado banco. Qualquer mudança precisa ser feita do absoluto zero.

Na prática, se você precisasse mudar de banco hoje, precisaria recomeçar um relacionamento, com crédito mais baixo, com taxas de juro mais altas e todas as negociações recomeçadas, perdendo um progresso de anos, muitas vezes.

O open banking chega exatamente para facilitar a vida de qualquer pessoa e abrir uma nova forma de comunicação, unificada, entre instituições financeiras, fintechs e qualquer outra empresa que deseje se conectar.

Na prática, como isso funciona?

Na prática, como isso funciona? open banking

Entender o que é open banking é fundamental para que você possa compreender o que muda na sua vida com essa nova forma de comunicação do sistema bancário.

Resumidamente, todas as informações dos clientes no sistema bancário serão transitadas em um padrão, onde outras instituições poderão consultar se o cliente permitir.

Por exemplo, você tem um tempo de relacionamento com um banco, com crédito flexível e taxas baixas. Se você fizer simulações com outros bancos, esse histórico poderá ser consultado, se você permitir.

Da mesma forma, um aplicativo de gestão financeira poderá se conectar ao sistema do seu banco e captar determinadas informações.

No entanto, é importante ressaltar que tudo isso só acontece se o usuário permitir. Toda essa gestão da informação será feita com permissão do cliente, que pode optar por não compartilhar nenhum dado.

Qual tecnologia será responsável pela comunicação?

Para que todas as empresas possam se comunicar, os bancos utilizarão uma tecnologia chamada de API, que é o ator responsável pela conexão entre sistemas e compartilhamento de dados.

Para exemplificar, você já deve ter percebido um site onde existe um mapa do Google, mostrando determinada localização. Isso só é possível porque o Google possui uma API aberta para que os sites se conectem e captem informações.

Da mesma forma, os bancos terão uma API que permitirá a conexão de outros bancos, fintechs e sistemas para captação de dados. Contudo, essa API não será aberta. Apenas informações autorizadas serão transmitidas.

Para ficar ainda mais fácil, imagine que o banco que você é cliente atualmente é uma rede elétrica. Ele detém toda a energia da casa e, inicialmente, não transmite ela para ninguém.

No entanto, a tomada é a API. Logo, se outro sistema se conectar com a tomada (nas condições que a rede elétrica exige), poderá captar energia do sistema todo.

Entretanto, essa transmissão de energia (dados) só será possível mediante autorização do cliente. Perceba que nós repetimos essa observação algumas vezes, pois é necessário que ela fique clara para todas as pessoas.

Principais vantagens do Open Banking

Depois de você entender o que é Open Banking, vamos entender quais são as reais vantagens, na prática, que esta nova iniciativa pode trazer, principalmente para os clientes.

Naturalmente, como qualquer outra iniciativa, este projeto tem como principal objetivo beneficiar as pessoas que utilizam os sistemas bancários, principalmente nos itens a seguir.

Liberdade para o cliente

Hoje em dia, os clientes que já possuem muito tempo de relacionamento com um determinado banco acabam se tornando refém do mesmo. Isso acontece porque o processo de mudança é burocrático e incompleto.

Ao trocar de banco, o cliente perde uma série de benefícios conquistados e precisa reiniciar do zero um relacionamento com a nova instituição.

Com o Open Banking, os clientes poderão fazer a transição entre instituições financeiras com maior facilidade, carregando os seus dados e o seu histórico para a nova parceria e tendo uma vida muito mais fácil.

Diminuição dos custos

Com todas as instituições “falando a mesma língua” no quesito informação, alguns intermediários podem ser suprimidos e os processos podem ficar cada vez mais rápidos e baratos.

Tudo isso se deve ao fato de as APIs facilitarem a comunicação direta entre as instituições.

Mais competição

Com a transição facilitada dos clientes entre bancos e instituições, a concorrência aumenta e, consequentemente, os bancos trabalharão para entregar serviços cada vez melhores para os clientes.

Da mesma forma, o mercado, que hoje é muito concentrado, abre portas para novos players acessarem e tentarem competir em patamar de igualdade com instituições já tradicionais no nosso país.

Conclusão

Apesar de ser um termo novo e um conceito que ainda não é conhecido por muitas pessoas, saber o que é Open Banking é fundamental para compreender esse processo no nosso país.

Já utilizada no Reino Unido, essa iniciativa também está em fase de implantação em outros países, como Estados Unidos, Austrália, Japão e Hong Kong.

Por fim, além de conhecer o termo, fique ligado nas atualizações do mercado e entenda quais são os prazos para essa nova forma de gestão da informação bancária entrar em vigor no Brasil.